Quais são as
implicações diplomáticas os riscos e as oportunidades de melhoria que estão
disponíveis? A resposta a esta pergunta está enraizada na matriz energética de
cada país e o atual crescimento na demanda de recursos energéticos, principalmente
os de origem fóssil (como o carvão e petróleo/gás). Quando somadas a tendência
da escassez acelerada destes recursos naturais, ocorre em paralelo ao aumento
constante das conseqüentes mudanças climáticas, crises internacionais, guerras
e conflitos regionais já existentes. Estas são as razões pela qual a escassez
de recursos naturais podem gerar novas disputas e trazer um efeito somatório às
crises, guerras e disputas comerciais já existentes.
É justamente por
isso que ao longo deste livro discutimos a matriz energética brasileira,
visando compará-la com a matriz energética mundial e os exemplos da matriz
energética da China, dos E.U.A. e também com a matriz da Índia devido a sua
importância e população.
Ao longo da historia da civilização praticamente toda grande guerra pode
ser correlacionada com a escassez de recursos (na maioria das vezes naturais e
ou origem fóssil), gerando disputas que acirram as retaliações comerciais e
causam um eventual distúrbio no mercado financeiro. Estes distúrbios desencadeiam
eventuais desvalorizações da moeda local e acabam gerando um cenário econômico
inflacionário. Em geral tais disputas são relacionadas com uma produção de petróleo doméstica que vem diminuindo, enquanto as importações de petróleo têm
aumentado para atender a uma demanda crescente.
Como foi apresentado diversas vezes pelo Professor Robert A. Mundell
(Premio Nobel de Economia[i])
a correlação entre tais guerras comerciais, déficits financeiros e
desvalorizações cambiais foram o estopim para praticamente todos os conflitos
que, eventualmente viraram guerras bélicas de larga escala.
Em novembro de
2009, Peter Jackson que é diretor sênior do Cambridge Energy Research
Associates (CERA) publicou uma pesquisa muito importante sobre o mercado de
petróleo. Na pesquisa, foi identificado que a capacidade produtiva global é
estimada em cerca de 92 mbd em 2009 e vai subir para 115 mbd em 2030[ii].
Como foi apresentado anteriormente, também existem pesquisas, cálculos e
estudos que discordam dos dados apresentados pelo time do CERA.
2.1.A
Projeções dos preços de petróleo no Brasil
Fonte: Annual Energy Outlook 2010
Observação: Estas projeções são baseadas
nos resultados do sistema da Nacional da Energy Information Administration
(EIA) e projetam os modelos de energia e análise de fornecimento de energia,
demanda e preços até 2035.