A produção brasileira de aço está em torno de 33 milhões de toneladas/ano com um número de empregos diretos em torno de 116 mil[i]. Já a produção mundial de aço está em torno de 1,3 bilhões toneladas/ano. Com isso, o número de empregos indiretos incluindo desde a mineração das matérias primas básicas até as metalúrgicas de transformação e as redes de comercialização destes produtos é extenso. Os maiores clientes desta produção são: a indústria automobilística e a da construção civil.


1.2.3. A)  Produção de carvão mineral mundial (oferta) - (2008)

País

Produção

PR China

2761Mt

USA

1007Mt

Índia

 490Mt

Austrália

 325Mt

Rússia

 247Mt

Indonésia

246Mt

África do Sul

236Mt

Kazakhstan

104Mt

Polônia

 84Mt

Colômbia

 79Mt








Fonte: U.S. Energy Information Administration (EIA), British Petroleum (BP), World Steel Association, SSY, WEC (e = estimado) (Mt = Million tonnes) Top Hard Coal Producers.

No ano de 2009 devido aos reflexos da crise mundial vários países produtores tiveram decréscimo em sua produção exceto a China, a Índia, a Coréia do Sul e Turquia. De acordo com o boletim estatístico do Inst. Brás. de Siderurgia (IBS) a China devera atingir no próximo ano 40% da produção mundial de aço[ii]. Atualmente a sua produção já ultrapassou a barreira dos 500 milhões de toneladas/ano. No início dos anos 90 a China produzia menos que o Brasil. Mas, este crescimento recente está diretamente ligado a demanda do setor automobilístico interno Chinês. Como vimos no gráfico 1.3.B deste capítulo.


1.2.3. B) Principais exportadores de carvão - (2008e)


País

Total of which

Steam

Coking

Austrália

252Mt

115Mt

137Mt

Indonésia

203Mt

173Mt

30Mt

Rússia

101Mt

86Mt

15Mt

Colômbia

74Mt

74Mt

-

USA

74Mt

35Mt

39Mt

África do Sul

62Mt

61Mt

1Mt

PR China

47Mt

43Mt

4Mt

Fonte: U.S. Energy Information Administration (EIA), British Petroleum (BP), World Steel Association, SSY, WEC (e = estimado) (Mt = Million tonnes) Top Coal Exporters.

Abaixo podemos ver um fluxograma de materiais de uma usina siderúrgica integrada. A produção parte do minério com os fundentes[iii] e o carvão a ser coqueificado na coqueria[1]. Levados ao Alto Forno para gerar o ferro gusa (primário) que depois de passar pela aciaria e lingotamento[2] irá ser transformado nos produtos finais, placas, chapas e vergalhões.

Em 2008, 29% da energia primária consumida no mundo provinha do carvão, cujo consumo mundial é de pouco mais de 7 bilhões de toneladas por ano (7.238.208,000 toneladas por ano), deste consumo a China e responsável por uma demanda de 2.829.515,000 toneladas por ano e os Estado Unidos 1.121.714,000 toneladas por ano (dados disponíveis no site da U.S. Energy Information Administration - EIA) [iv]. O consumo de carvão mineral na China dobrou em 6 anos. Os Estados Unidos são o segundo maior consumidor de carvão do mundo, seguido da Índia, Japão, África do Sul e Rússia. Estes sete países respondem por praticamente três quartos do consumo mundial de carvão.


1.2.3 D) Consumo de carvão mineral importado (demanda) - (2008e)

País

Total

Usado para ‘Steam’

Usado para o ‘Coking’

Japão

186Mt

128Mt

58Mt

Coréia do Sul

100Mt

76Mt

24Mt

Taiwan

66Mt

60Mt

6Mt

Índia

60Mt

31Mt

29Mt

Alemanha

46Mt

37Mt

9Mt

China

46Mt

35Mt

11Mt

Reino Unido

44Mt

37Mt

7Mt

Fonte: U.S. Energy Information Administration (EIA) Fonte: U.S. Energy Information Administration (EIA), BP, World Steel Association, SSY, WEC (e = estimado) (Mt = Million tonnes)


1.2.3. E) Consumo de carvão mineral como fonte de energia elétrica primaria


País

Percentual de energia gerada com carvão

África do Sul

94%

Polônia

93%

China

81%

Austrália

76%

Israel

71%

Kazakhstan

70%

Índia

68%

Republica Checa

62%

Marrocos

57%

Grécia

55%

USA

49%

Alemanha

49%

Fonte: U.S. Energy Information Administration (EIA), British Petroleun, World Steel Association, WEC (e = estimado) (Mt = Million tonnes)

Como descrevemos acima a demanda por carvão mineral continuará representando um alto percentual do consumo mundial deste, devido ao atual crescimento econômico de paises populosos como a China e a Índia. O consumo per capta dos Estado Unidos é de 2 toneladas/habitante/ano, o mais elevado dentro do ranking das nações. Já o consumo da China é de 1 tonelada /habitante /ano e do Japão 0,9 tonelada/habitante/ano.

Como resultado podemos apresentar o seguinte ranking de emissões:

De acordo com o Centro para a Informação e Analise do Dióxido de Carbono (CDIAC), as emissões mundiais de CO2 estão atualmente na média de 8,2 bilhões de tonelada/ano[v]. A China apresentou um crescimento de 80% das suas emissões de CO2 desde o inicio do século 21 em função do aumento do consumo dos combustíveis fósseis. O que perfaz uma emissão anual de 1,7 bilhões de toneladas, superando assim os Estados Unidos como o maior emissor de CO2. Já a emissão atual de CO2 dos Estado Unidos se encontra na faixa de 1,6 bilhões de tonelada/ano.

No Brasil, as emissões de CO2 do Brasil estão atualmente na faixa de 98 milhões de toneladas/ano, com um índice per capita de 0,5 toneladas/ano, bem abaixo da media mundial que é de 1,25 toneladas/ano. Dentro destas emissões de CO2 no Brasil, os combustíveis líquidos representam 67 %, o carvão 13% (térmicas e Siderurgia), gás natural 14 %[vi].

De acordo com o relatório anual do Instituto Brasileiro de Siderurgia e o livro Estudo setorial da Siderurgia do Prof. José C. D’Abreu. Existem vários aspectos particulares dentro da Indústria Siderúrgica no Brasil e as principais metas relacionadas ao meio ambiente são:

- Criar mecanismos para aumentar a reciclagem dos resíduos (sólidos, efluentes[3] entre outros).

- Desenvolver projetos que reduzam a emissão de gases de efeito estufa e outros poluentes.

- Reaproveitar os outros resíduos com algum poder calorífico na co-geração de energia.

- Reaproveitar ao máximo a água industrial.

A média de consumo de água no setor de siderurgia equivale a cerca de 11,5 m³ por tonelada de aço. De acordo com uma entrevista de 2009 com Érico Sommer o gerente de Energia, Meio Ambiente e Engenharia da Gerdau, na empresa que é uma das maiores produtoras de aço do Brasil, este índice de reaproveitamento gira em torno de 97,5% da água captada. “O reuso só não é maior porque ocorrem perdas com evaporação no processo”, diz ele. Neste caso o reaproveitamento da água trouxe uma economia de custos fixos de 40% a 50%, relativos aos gastos financeiros com este insumo[vii].

No Brasil, o consumo de carvão mineral (transformado em coque[4]) como combustível para o Alto Forno, é comparável aos melhores resultados obtidos nos países desenvolvidos, e o carvão mineral usado na nossa matriz é praticamente todo importado de parceiros como a Austrália, África do Sul, EUA, inclusive a China. Vemos que mesmo assim, o padrão de consumo de coque nas Siderúrgicas do Brasil é comparável aos melhores resultados de qualidade obtidos nos países desenvolvidos. Dessa forma a tendência é uma menor emissão de GEE na atmosfera.



[1] A Coqueria é o conjunto de fornos que transformam o carvão mineral em coque (e o tipo de carvão que será usado como combustível no auto forno).

[2] Transformação do aço liquido em placas chamadas lingotes.

[3] Efluentes, descarte dos resíduos não aproveitados da indústria.

[4] Coque começou a ser utilizado na Inglaterra do século XVII e é uma variedade de combustível derivado do carvão betuminoso. O coque obtém-se do aquecimento da hulha (ou carvão betuminoso), sem combustão, num recipiente fechado. Pode ser utilizado na produção de ferro gusa (alto forno), sendo adicionado junto com a carga metálica.


[ii] Instituto Brasileiro de Siderurgia http://www.acobrasil.org.br/site/portugues/aco/index.asp

[iii] Fundentes, significa a substancia usada para a separação do minério de ferro das impurezas.

[iv] U.S. Energy Information Administration (EIA) http://tonto.eia.doe.gov/cfapps/ipdbproject/IEDIndex3.cfm?tid=1&pid=1&aid=2

[vi] De acordo com os dados do CDIAC - http://cdiac.ornl.gov/ndps/db1013_v2009.html